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No Chile, devido à elevada produção de energia solar, a eletricidade é gratuita


A indústria solar tem tido grandes avanços em várias partes do mundo. Na Europa, Portugal e Alemanha têm sido notícia mas agora as atenções viram-se para um país da América do Sul. E falamos do Chile.

No Chile, a energia solar está em grande expansão, de tal forma que tem permitido aos chilenos receber eletricidade de forma gratuita.

Este país conseguiu até abril produzir energia solar em níveis capazes de garantir eletricidade gratuita em várias regiões do país. Foram nem mais nem menos do que 113 dias do ano a beneficiar de eletricidade a custo zero.

No ano passado, neste país foi 192 o número de dias de eletricidade gratuita. Como o ano ainda vai a meio, certamente que os chilenos conseguirão ultrapassar os números do ano passado.

Esta boa notícia esconde um fardo pesado. Os produtores de energia solar estão a sofrer perdas com esta distribuição gratuita de energia. Isto porque, não existe ligação entre as centrais do norte e do sul do país fazendo com que a parte norte, impossibilitada de comunicar com a sul, se veja obrigada a distribuir a energia gratuitamente.

É a norte do Chile que se localiza o deserto de Atacama. A exposição solar privilegiada no deserto leva a uma enorme produção de eletricidade nas centrais solares instaladas na região.

Não havendo forma de ligação entre as centrais do norte e as do sul, a eletricidade no deserto não pode chegar a outras partes do país e, portanto, o excedente é distribuído de forma gratuita pela região envolvente.

Só no norte do país desenvolveram-se 29 parques solares estando mais 15 ainda previstos. Este crescente impulso de energia solar deveu-se à expansão da produção das minas e ao crescimento económico. Desde 2013 que esta zona do país quadruplicou a sua capacidade solar, mas ao que tudo indica este crescimento está a ser desordenado.

A construção das novas usinas de energia solar previstas pode colaborar para a descida dos preços. O que aparentemente parece ser positivo pode traduzir-se num desencorajamentos para as empresas de energia solar que estão no país. Esta situação poderá levar os bancos a não financiar a construção de novas usinas.

O governo chileno, consciente das dificuldades dos produtores, avançou com um plano para fazer a ligação entre as centrais até ao próximo ano.

Trata-se de uma linha de transmissão de 3 mil quilómetros. Esta medida do governo certamente que impedirá a distribuição gratuita da eletricidade mas, por sua vez, traduzir-se-á numa queda generalizada dos preços por todo o país.

O governo está ainda a desenvolver uma linha de distribuição e transporte de energia elétrica de 753 quilómetros para ajudar a solucionar o congelamento na zona norte.

[ Portal Energias Renováveis ]

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